Nos anos 1980, a empresa Leite de Rosas – e todos os brasileiros – sofreu os efeitos do desajuste econômico, da recessão e da inflação, das mudanças de moeda e da desastrada reserva de mercado que dificultou às indústrias se manterem tecnologicamente competitivas.
Com senso prático e próxima de seus consumidores, a Leite de Rosas permaneceu sólida no mercado, ainda que sem os avanços planejados. Mesmo assim, no final daquela década, a produção atingiu mais de 38 milhões de unidades comercializadas ao ano.
A década de 1990 começou com o sequestro dos depósitos bancários no Governo Collor. Sem dinheiro circulando, muitas empresas não sobreviveram ou passaram dificuldades. Diante do choque paralisante e do súbito desaparecimento do capital de giro, a Leite de Rosas resolveu vender todo o seu estoque a preços extremamente baixos.
Em três meses, já tinha recuperado o caixa, equilibrado sua situação bancária, começado a revitalizar suas instalações e a desenhar o que viria a ser uma aposta de sucesso: o Leite de Rosas em embalagem econômica de 310 ml. “Não vai caber nas gôndolas”, diziam os desconfiados... mas a aceitação foi imediata e, com isso, a marca atingiu não só as grandes redes atacadistas, como também o varejo de médio e pequeno portes.
Investiu-se em tecnologia (com a criação de uma empresa independente, que atenderia inclusive outras companhias), em análise de mercado, em sistemas de gestão, em planejamento estratégico e em marketing. Uma façanha, para uma empresa familiar que nunca se associou a grupos internacionais nem dependeu de incentivos governamentais.
Em 1997, 85% da população adulta urbana brasileira já tinha ouvido falar do Leite de Rosas, da qual mais da metade, mulheres. Nas pesquisas internas da empresa, o norte e nordeste do Brasil já apontavam um enorme potencial de crescimento futuro.
Após algumas campanhas de comunicação de grande sucesso, ao completar 70 anos de estrada, em 1999, o Leite de Rosas foi eleito a marca Top de Marketing.
Nossos produtos continuavam únicos, queridos, e usados por todos os segmentos da população brasileira: das celebridades aos anônimos.